Graças às recentes pesquisas e suas descobertas sobre o cérebro, temos hoje melhores condições para analisar as complexas atividades cerebrais do ser humano e as reações que delas se originam.

 

A princípio, o cérebro é constituído de forma que possa sofrer modificações durante o decorrer de uma vida. Ele distingue-se por sua plasticidade que subsiste mesmo em idade avançada. A plasticidade também confere ao cérebro a característica de assimilação de novas estratégias.

 

O método do Neurofeedback é uma ferramenta teraupêutica não invasiva que auxilia o cérebro a alcançar maior flexibilidade e estabilidade.

   

O efeito do treino é conduzido através dos circuitos neuronais por todo o córtex cerebral, consequentemente, é gerada uma reorganização comportamental .

 

A partir das descobertas realizadas em estudos clínicos pode-se concluir que: (1) tanto crianças quanto adultos são capazes de aprender a influenciar suas atividades cerebrais, e; (2) aumentar ou diminuir certos padrões de atividade cerebral geram efeitos positivos no desempenho neurocognitivo e comportamental. 

 

Os ganhos obtidos com Neurofeedback são resultado de um processo de aprendizagem, chamado "reforço condicionado". O indivíduo se torna, ao longo do tempo, capaz de focar e sustentar sua atenção de forma voluntária e consistente.

 

Por ser um método especificamente baseado nas teorias da aprendizagem e dos processos cognitivos, as funções da autorregulação psicofisiológica e do aumento da consciência dos pro­cessos corpo-mente _ também objetos de estudo da neu­rociência cognitiva (ex. plasticidade cerebral) _ tornam-se de vital importância no entendimento do mecanismo demarcador da técnica de Neurofeedback (Lemgruber, 2003; Critchley et al, 2001; Wickramasekera et al, 1996).

 

Os mecanismos neurofisiológicos que viabilizam as interações corpo-mente estão alocados  no eixo córtico–límbico–hipotalâmico–pituitário–adrenérgico.A percepção de uma ameaça (concreta ou fictícia) provoca reações fisiológicas às respostas inatas de luta-fuga. Porém, esses mesmos circuitos possibilitam ao organismo responder às cognições, emoções e comportamentos a fim de reduzir o estresse, favorecendo a saúde e propiciando a autorregulação fisiológica (Benson, Stuart, 1993; Andreassi, 2000).

 

 

“Neurofeedback should play a major therapeutic role in many difficult areas. In my opinion, if any medication had demonstrated such a wide spectrum of efficacy it would be universally accepted and widely used. It is a field to be taken seriously by all”

 

Frank H Duffy, MD
Professor and Pediatric Neurologist
Harvard Medical School